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Pegada ambiental e a sobrecarga da terra

No último 13 de agosto atingimos a sobrecarga da terra. A data marca o dia em que já consumimos todos os recursos naturais disponíveis do planeta

Autor: Marcia RamazziniFonte: A Autora

No último 13 de agosto atingimos a sobrecarga da terra. A data marca o dia em que já consumimos todos os recursos naturais disponíveis do planeta. Em inglês, a data é conhecida como “overshoot day”. O cálculo é feito pela GFN (Global Footprint Network) que monitora a pegada ambiental do mundo inteiro. Esta avaliação teve início em 1º de outubro de 2000 e a cada ano tem acontecido mais cedo.

E o que significa a pegada ambiental?  É a emissão de CO² de um país ou estado que caminha de forma rápida e assustadora, pois estamos consumindo os recursos do planeta de forma desordenada. A pegada ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental, que leva em conta o consumo da população com a capacidade regenerativa do planeta. Contempla as áreas de plantio, terra e água necessária para bens de consumo como, por exemplo, grãos, peixes, energia, entre outros.

Segundo o presidente da GFN (Global Foot Netwoork), Carlos Seiji Namoto, é imprescindível que na Conferência do Clima, em Paris, que ocorrerá no final deste ano, a COP 21, seja acordada a redução de 30% de CO² até o ano de 2030. Eliminar completamente o uso de combustíveis fosseis é um acordo imprescindível nesta Conferência. Os governos deverão adotar medidas visando melhorar o desempenho econômico a longo prazo, e assim, melhorar a relação homem x meio ambiente.

Porém, repensar hábitos de consumo é uma tarefa muito difícil e exigirá campanhas educativas efetivas, sem falar que o primeiro a adotar e assimilar este conceito e necessidade são os nossos governantes. Nem preciso dizer que o Brasil está muito atrasado nisto!

A WWF ONG (World Wild Foundation) de origem suíça, presente em 162 países e uma das mais respeitadas organizações não governamentais, começou em 2009 a efetuar o cálculo da pegada ecológica no Brasil, inicialmente nas cidades de Campo Grande e São Paulo, através de sua parceria com a GFN (Global Footprint Network).

O consumo médio da nossa nação equivale a países de primeiro mundo (2,7 hectares globais/habitante), ou seja, necessitamos de 1,6 planetas para manter nosso estilo de vida. Exemplo disso são os paulistanos. Seria necessários 4,38 hectares/habitante, ou seja, 2,5 planetas face a renda per capta da população. Portanto, hoje não consumimos de forma consciente, levando a sobrecarga do planeta.

A ANA (Agência Nacional de Águas) em parceria com WWF e outras organizações governamentais lançou o Programa Água Brasil, assim como, implementação do Programa Nacional de Resíduos Sólidos. Este programa abrange cinco cidades Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Caxias do Sul (RS) Rio Branco (AC) e Pirenópolis (GO). Estes municípios foram os escolhidos para lançamento das campanhas educativas iniciando com a conscientização da pegada ecológica, coleta seletiva, programas de reciclagem, entre outros.

Se pensarmos a nível Brasil, isso não representa nada, mas pelo menos é um começo. Esperamos que o programa tenha sucesso e cresça a passos galopantes pois, nosso consumo atual é muito acima do ideal.

Marcia Ramazzini é engenheira civil pela PUC Campinas, engenheira em segurança do trabalho e meio ambiente pela Unicamp e mestranda em Saúde Ocupacional também pela Unicamp. Tem especializações em Riscos Industriais e Construção Civil pela OSHA (Occupational Safety Health Administration), Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Marcia é diretora da Ramazzini Engenharia e tem 20 anos de experiência de mercado.

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