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A fragilidade das instituições é resultado da falta de comprometimento das sociedades

Nosso país e nossas empresas têm um ovo e uma cesta cada um.

Nas nossas conversas e na mídia há críticas às instituições, quaisquer que sejam, por atendimento inadequado, descaso, aparelhagem precária, falta de segurança, a lista é extensa e os motivos muitos.

Que tal uma parada para umas perguntas e a busca de respostas?

Comecemos com algo básico: o que é uma instituição?

Podemos, sem muitos rodeios, dizer: Instituição é um mecanismo para organização e combinação de esforços individuais cujo objetivo é atender interesses de sociedades.

Agora nos deparamos com a necessidade de entender o que é uma sociedade.

Sociedade é a reunião de pessoas que compartilha propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que ao interagir em busca do bem comum forma comunidades. Aqui surge outra palavra que merece destaque: Comunidade. Esta é resultante da identificação em função da busca do bem comum.

É importante abrir aqui um parêntesis para uma pequena reflexão sobre seus significados.

As palavras sociedade e comunidade podem gerar alguma confusão se forem interpretadas como sinônimos ou encontradas com definições diversas, mas pensemos: um determinado objetivo (bem comum) pode ser o foco de sociedades com características diferentes. Estas se reúnem para aquele propósito, sem que necessariamente tenham que abrir mão de suas características individuais.

Um exemplo relevante é a União Européia que a princípio era denominada Comunidade Econômica Européia.

De outra forma, o Brasil, extenso e plural, é uma sociedade repleta de comunidades.

Claro que outras definições podem ser colocadas, afinal pessoas, com base em suas experiências, podem ter outros pontos de vista, mas gosto dessa interpretação.

A instituição com regras e normas, acordadas por sociedades, visa estabelecer formas de conduta e ordem no relacionamento entre seus integrantes para alcançar o objetivo proposto.

As instituições se formam por diferentes razões e podem ser:

PolíticasReligiosasEducacionaisCientificasProfissionalEmpresarial Outras

Sempre integraremos uma sociedade sob a bandeira de uma instituição ou mais instituições. Podemos ser membros ativos ou passivos, mas em algum momento seremos afetados por suas regras e normas ou por condução e pleito.

É fundamental um debate para refletirmos sobre nossas críticas às instituições das quais fazemos parte, e sequer nos damos conta.

Instituir quer dizer também:

Constituir - estabelecer, formar, fundarCriar - designar, indicar, mencionar, nomear,Edificar – plantar, Estabelecer – fixar, impor

As leis, normas e regras às quais estamos impostos, gostemos ou não, e que são criadas e, muitas vezes, não são aplicadas, dependem de pessoas que designamos, indicamos, nomeamos ou de órgãos que ajudamos a fundar ou formar. Pare e pense um pouco.

A nossa omissão permite a criação e aplicação de regras inadequadas e também o descaso com outras que gostaríamos de ver exercitadas com rigor.

A falta de segurança no país é resultado da nossa omissão.

A excessiva tributação é resultado da nossa omissão.

As fronteiras abertas a produtos que concorrem de forma desleal é resultado da nossa omissão.

A má qualidade do ensino e a falta de qualificação de profissionais é resultado da nossa omissão.

A instituição, a sociedade, a comunidade da qual fazemos parte só pode responder e atender aos nossos anseios se estivermos comprometidos com elas. Esse exercício é que permitirá correções e aperfeiçoamentos.

A frase mais comum que usamos para não participar é: "cada um puxa a brasa para sua sardinha".

É justamente esse fato que torna as instituições fracas e as brasas nem sempre estão assando só sardinhas.

Se "o mundo já foi dos espertos", hoje é dos "menos tolos". O esperto ganhará apenas uma vez, depois será isolado, isso precisamos aprender e rápido.

Criatividade não precisa significar individualidade, isso está nos custando demasiadamente caro.

Nosso país e nossas empresas têm um ovo e uma cesta cada um. Atendemos com um produto, um mercado. Um revés na situação econômica nos deixará sem alternativas, pouco exportamos, então não teremos para onde correr.

Para conjugar objetivos é que temos instituições que representam classes empresariais.

O que estas podem fazer pelas sociedades que representam?

Ora, aquilo que seus integrantes estabelecem como objetivo e com o qual se comprometem.

Você é membro de uma sociedade, de uma comunidade e tem instituições que o representam, então pergunte agora a você mesmo: o que estabeleci como objetivo e com o que estou comprometido?

Você pode começar sua reflexão e agir ou simplesmente achar tudo bobagem e ignorar, mas de uma coisa tenha certeza: se não agir alguém assará a sardinha antes e quando você se der conta talvez não encontre mais brasa para a sua!

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